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O campus entre 1990 e 2000.

Em 1968, após ter sido exilado da Universidade de Brasília (UnB), Nelson Pereira dos Santos propôs ao reitor da Universidade Federal Fluminense, Manoel Barreto Netto, criar um Curso de Comunicação semelhante àquele existente em Brasília.

Em maio do mesmo ano, Nelson foi designado responsável pelo setor de arte cinematográfica da UFF e, junto com outros professores, recebeu a tarefa de estudar as diretrizes para a instalação do Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS). Além das diretrizes para o futuro IACS, Nelson realizou com os alunos o primeiro filme da universidade, um documento audiovisual institucional. Para evitar qualquer represália, a primeira tomada foi com o reitor, e assim impediu-se eventuais obstáculos à execução do projeto. Com a câmera no gabinete e o discurso filmado, ficou o compromisso armado. E quando surgiam imprevistos durante as filmagens, a equipe chamava logo o reitor.

O Curso de Cinema da UFF foi criado em 1968 por Nelson Pereira dos Santos, retornando da frustrada experiência acadêmica na Universidade de Brasília. Em Niterói Nelson encontrou abrigo para suas ideias de criação de uma escola nos moldes daquela da Capital, graças à disponibilização de uma sala de exibição do antigo Cassino Icaraí.

Em torno dessa sala se articulou o Setor de Arte Cinematográfica e dali surgiu o Instituto de Arte e Comunicação Social, congregando a comunicação social propriamente dita (com suas habilitações cinema, publicidade e jornalismo) e também biblioteconomia e documentação. Naquele momento só existia a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, criada em 1966, e assim, pouco a pouco, o ensino de cinema foi se firmando nessas duas escolas.

Desde 1992, Cinema e Vídeo passou a ser um departamento do Instituto. Com o currículo totalmente reformulado em 2005, foi finalmente criado o Curso de Cinema e Audiovisual em 2007. Foi incorporada a tecnologia digital de forma articulada, a expansão para a pós-graduação, a reformulação das diretrizes e dos modos de operação.

Em 2008 se transformou oficialmente em curso, com coordenação própria, num processo de distanciamento do currículo da comunicação social e consequente autonomia gestado no decorrer de quase quarenta anos de existência.

Com relação aos conteúdos, há os campos da teoria e história do cinema e do audiovisual, técnica e formação profissional, realização e projeto experimental. As disciplinas restantes são ministradas nas áreas de Artes e Humanidades. O currículo é estruturado em 8 períodos em sequência semestral, com as aulas ministradas nos turnos da manhã e da tarde.

O curso conta com uma razoável estrutura de funcionamento, que lhe permite acolher os 60 alunos que hoje ingressam na UFF para fazer cinema, em duas entradas semestrais e. mantém convênios com cinematecas, laboratórios, prestadores de serviços e agências de fomento, de modo a garantir o máximo de independência criativa.

Em 2012 agregou- se a titulação em Licenciatura em Cinema e Audiovisual, para o qual são oferecidas 22 vagas no horário noturno.

Graças a toda esta expansão, há um horizonte de um novo prédio, no Campus do Gragoatá, já em construção.

Com a responsabilidade em atender as demandas pedagógicas, acadêmicas, sociais e culturais da comunidade, do Estado e do País, o Departamento de Cinema e Vídeo criou a Licenciatura em Cinema e Audiovisual, para aqueles que procuram uma formação acadêmica na área do Cinema e do Audiovisual.

Nossa proposta de Licenciatura consiste em um curso noturno, de quatro anos, com a oferta inicial de 21 vagas com uma única entrada por ano. Esta opção trará para os estudos de cinema uma gama de futuros profissionais que hoje encontram severas dificuldades em cursar uma formação diurna. O curso de Licenciatura noturno torna-se também importante na medida em que permitirá que o aluno tenha o dia livre para iniciar suas atividades profissionais nas escolas.

O mercado de trabalho para o licenciado está em processo de expansão. As Escolas Livres de Cinema e Audiovisual vêm crescendo a cada ano no país e os Museus e Centro Culturais estão cada vez mais interessados em profissionais de Cinema que desenvolvam projetos pedagógicos audiovisuais para crianças e adolescentes. E com o recente projeto de lei que obriga as escolas a exibirem filmes nacionais em sala, o profissional licenciado encontra um vasto campo de trabalho nas escolas, incentivado pelo crescente número de projetos audiovisuais desenvolvidos pelo Governo.